Dactilologia
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A A dactilologia (português
europeu) ou datilologia (português
brasileiro)[1] [2] ou alfabeto manual é um
sistema de representação, quer simbólica, quer icónica, dasletras dos alfabetos das línguas orais escritas, por meio
das mãos. É útil para se entender melhor a comunidade surda, faz parte da sua cultura e surge da necessidade
de contacto com os cidadãos ouvintes.[3]
Em geral, é um
erro comparar o alfabeto manual com a língua gestual (no Brasil: língua de
sinais), quando, na
realidade, pois este é a anotação, por meio das mãos, das letras das línguas
orais e dos seus principais caracteres.
Índice
- 1Tipologia formal
- 2Dactilologia nas línguas gestuais
- 3História
- 4Referências
- 5Bibliografia
- 6Ligações externas
A dactilologia
classifica-se em dois tipos.
- Bimanual, onde se representam convencionalmente os
caracteres nas distintas falanges e juntas da mão passiva (geralmente a
esquerda), usando-se o indicador da outra mão (dominante) como ponteiro
sinalizador. É utilizado, actualmente pelos surdos no Reino Unido, Austrália, África do
Sul, Nova
Zelândia e
nalgumas zonas do Canadá. O alfabeto do Reino Unido é muito antigo,
pois já era utilizado pelos monges da Irlanda, no século VII.
- Unimanual, em que a mão dominante (geralmente a
direita), representa graficamente as letras impressas em minúsculas, do
alfabeto latino. A sua origem é espanhola, provavelmente das comunidades
de judeus convertidos do início do século XVI.[4]
Na maioria dos
países cujas línguas oficiais se escrevem com o alfabeto latino — e, inclusive
nos países árabes, como Egipto e Marrocos, se bem que adaptado à grafia árabe —
os surdos usam um alfabeto unimanual para representar os caracteres baseado
no alfabeto manual espanhol.
A dactilologia
foi inserida nas línguas gestuais, por educadores, tanto ouvintes como surdos;
ela serve de ponte entre a língua gestual e a língua oral que a rodeia.
A dactilologia é
usada em muitas línguas gestuais, com vários propósitos: representar palavras
(especialmente nomes de pessoas ou de localidades) que não têm gesto (br:
sinal) equivalente, ou para ênfase ou clarificação, ou para se ensinar ou
aprender uma determinada língua gestual.
A dactilologia
tem a sua origem em Espanha. A sua fonte conhecida mais antiga, a obra do monge
franciscano Mechor Sánchez de Yebra (1526-1586), foi publicada em 1593. Este
afirma no seu livro que a fonte original desse alfabeto é San Buenaventura
(Frei Juan de Fidanza, 1221-1274).
Foram descobertos
alfabetos manuais em centenas de pinturas renascentistas medievais. [5]
Outro monge
espanhol, contemporâneo de Sánchez Yebra, Pedro
Ponce de León (1508-1584),
também tinha feito uso de um alfabeto manual para educar vários meninos surdos.
A difusão alcançada pelo alfabeto manual de Sánchez de Yebra, contudo, não se
deve a Ponce de Léon — que não chegou a trazer a público os seus trabalhos, a
não ser um, publicado em 1620 — mas a outro espanhol, Juan Pablo Bonet.
Pablo Bonet era
secretário da família Fernandez de Velasco, que tinha vários surdos, por causa
dos frequentes casamentos entre parentes, realizados para manter o património
vinculado à família.
No século XVIII,
a dactilologia surgiu em França, através de Jacob
Rodrigues Pereira e
em 1816, através deThomas
Hopkins Gallaudet, e foi
levada para os EUA. [6]
Referências
- Ir para cima↑ ILTEC. "dactilologia
(nome)". Portal da Língua Portuguesa.
Consultado em 25 de
Fevereiro de 2011.
- Ir para cima↑ ILTEC. "datilologia
(nome)". Portal da Língua Portuguesa.
Consultado em 25 de
Fevereiro de 2011.
- Ir para cima↑ http://abcgestual.no.sapo.pt/D2.htm
- Ir para cima↑ Gáston y Storch de Gracia 2004.
- Ir para cima↑ Bragg, Lois (1996). Chaucer's
Monogram and the 'Hoccleve Portrait' Tradition, Word and Image 12 (1996):
12http://listserv.linguistlist.org/cgi-bin/wa?A2=ind9811&L=slling-l&P=2134
- Ir para cima↑ http://www.editora-arara-azul.com.br/pdf/artigo3.pdf
- Eriksson, P. (1996) „Facets of Deaf
History". En: Fischer, R. y T. Vollhaber (eds.) Collage.
Works on International Deaf History. Hamburgo: Signum, págs. 95-106.
(em espanhol)
- Gascón Ricao, A. y J.G. Storch de
Gracia y Asensio (2004) Historia da educação dos surdos em
Espanha e sua influencia na Europa e América. (emespanhol)
- Gascón Ricao, A. y J.G. Storch de
Gracia y Asensio (2006) Frei Pedro Ponce de León, o mito
mediático. Os mitos antigos sobre a educação dos surdosMadrid : Editorial universitaria
Ramón Areces, Colección "Por más señas". (em espanhol)
- Günther, K.B. (1996) „The Role of the
Manual Alphabet in Deaf Education in the 16th/17th Centuries". En:
Fischer, R. y T. Vollhaber (eds.) Collage. Works on International
Deaf History. Hamburgo: Signum, págs. 107-116 (em espanhol)
- Pablo Bonet, J. de (1620) Reduction
de las letras y Arte para enseñar á ablar los Mudos. Ed. Abarca de
Angulo, Madrid, ejemplar facsímil accesible en laBiblioteca Histórica da Universidade
de Sevilha (em espanhol)
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