Pessoas com
Deficiência(s), inclusão e acessibilidade
Entender,
saber, respeitar a pessoas com deficiência(s) é fundamental à sua dignidade e
inclusão. Nada pior do que a percepção de omissão da sociedade em que vive a
pessoa nessas condições.
O que é uma
pessoa com deficiência(s), afinal?
Nossa
legislação define da seguinte forma, não esquecendo que a condição de
deficiência pode ser múltipla:
Considera-se
pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas.(Lei Federal: LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. )
Essa condição de existência tem a partir desse
e outros instrumentos legais: normas técnicas, códigos de ética, regulamentos
etc. implicando na Educação, Segurança, Engenharia, Sociologia, Urbanismo,
Projetos, Operação, Manutenção, direitos e deveres de todos os componentes de
nossa sociedade.
A perfeição cultivada por artistas, filósofos e
instituições clássicas perde sentido à medida que o ser humano realmente evolui
e simplesmente ninguém é perfeito.
O desafio da inclusão é tema de instituições
mundiais, onde o destaque ONU (WIKIPÉDIA, 2019) , organização que,
entre outras coisas, estabelece os objetivos do Milênio, de Sustentabilidade
(ODS) e tende a evoluir se a comunidade internacional vencer barreiras
culturais milenares, arraigadas em praticamente todas as nações.
Infelizmente outras prioridades competem com o
respeito ao ser humano.
O que realmente seria prioridade?
Entendemos que o universo parte de nossa
existência. Assim devemos resolver nossos problemas, acima de tudo. Estamos
incrivelmente atrasados na implementação de padrões acessíveis se compararmos o
Brasil com os países mais desenvolvidos. A consciência é função da educação e
cultura, um indicador que condena o Brasil.
Pessoa com deficiência é algo nem sempre
evidente.
O envelhecimento, situação que se destaca pelo
rápido aumento da expectativa de vida, transforma qualquer ser humano em pessoa
com deficiência(s) se viver além de limites razoáveis. Isso é mal percebido
pelo idoso/a podendo agravar sua situação por efeito de comportamentos
inadequados.
Mais ainda, abusando da liberdade, colocar
outras pessoas em risco no exercício de profissão ou atos de rotina. É muito
importante conhecer as próprias limitações e agir de forma adequada diante
delas. É rotina observar “super-velhos” querendo mostrar uma juventude que não
possuem.
Mas, fazer o quê? O que fragiliza a pessoa com
deficiência além de seus desafios de sobrevivência? Quem afeta sua existência?
Onde podemos atuar a favor da inclusão e dignidade da pessoa com
deficiência(s)?
Talvez o aspecto mais importante seja o de
mobilidade e acesso autônomo e com segurança a qualquer lugar, da residência ao
ambiente de trabalho, lazer, cultura, esporte, culto religioso, atendimento
clínico etc.
O que podemos afirmar é que as barreiras às
pessoas com deficiência e fragilizadas são inúmeras por efeito da ignorância,
agressividade, omissão, enfim, pela incapacidade de compreensão e respeito ao
próximo.
Particularizando exemplos temos as calçadas
como um atestado de compreensão.
A ABNT, leis, regulamentos etc. estabelecem
padrões, nada disso tem valor se as autoridades não aplicarem com rigor o que é
estabelecido.
Em Curitiba, qualquer passeio a pé ou
deslocamento de trabalho, escola e outros pode terminar em lesões graves quando
não por efeito de assaltos e atropelamentos.
A prioridade tem sido a velocidade e isso cria
potencial para acidentes gravíssimos.
Nossos padrões são antigos ou mal aplicados, o
piso é descontínuo, travessia de ruas uma aventura, a arborização da cidade é
equivocada e prejudicial ao pedestre, exceto quando trava algum veículo que se
perde nas ruas, e avenidas.
Qualquer administrador brasileiro precisa
entender que a quantidade de pessoas com deficiência(s) tende a crescer no
Brasil. Mais cedo ou tarde serão citados como bons ou maus, criminosos ou
lúcidos e salvadores de inúmeras pessoas que, talvez, nunca venham a saber que
estarão vivas porque não sofreram acidentes que de outra forma as teriam
mutilado ou matado.
Ou seja, seus prepostos terão a OBRIGAÇÃO de
estudar, entender e aplicar as melhores técnicas de inclusão e acessibilidade.
Precisamos, contudo, enfatizar exaustivamente o
ato “planejar”, o ponto mais fraco de quase todas as administrações municipais.
Muda-se arbitrariamente prioridades, padrões, “soluções”. Escravos da demagogia
reinventam propostas e a descontinuidade se reflete em obras, serviços, metas
descontínuas agravadas pela manutenção precaríssima da maioria das cidades,
muitas vezes sem autonomia financeira e dependendo de outros níveis de
arbítrio.
O planejamento consciente em torno as pessoas
com deficiência(s), pessoas idosas, fragilizadas e das crianças precisa
obrigatoriamente de multidisciplinaridade.
Não deve ser o que simples urbanistas,
arquitetos, engenheiros ou advogados querem.
Um aspecto mórbido, sua ausência causa inúmeros
problemas, é a especificação minuciosa dos limites dos elementos que compões a
calçada e da própria calçada sob o ponto de vista da Engenharia. Coeficientes
importantíssimos não são estabelecidos e isso é um pesadelo de curto, médio e
longo prazo.
O que é e como estabelecer limites?
Qual a rugosidade mínima?
Qual deve ser o limite de escorregamento?
O tamanho mínimo de cada peça?
Durabilidade mínima?
Cores?
Base?
Sub-base?
Capacidade de carga?
Limites de espaços alheios ao pedestre?
Certificação?
Laboratórios?
Métodos de ensaio?
Etc.
Note-se, enfatizando, que o Brasil é signatário
de tratados internacionais a favor das pessoas com deficiência(s).
Respeitamos ou tudo o que existe é figuração?
João Carlos Cascaes
Curitiba, julho de 2019
Acho que as calçadas estão por último na lista de atividades de qualquer prefeito que passou por Curitiba. Porque as calçadas de Curitiba...são horríveis!!!
ResponderExcluirQuerem-nas decorativas......
ResponderExcluirhttps://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/obras-promovem-transformacao-da-voluntarios-da-patria-sao-francisco-e-do-largo-da-ordem/51320
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