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Preservation of the Sign
Language(1913)
As línguas de sinais no Mundo[
Assim
como entre os idiomas falados, é grande a variedade de línguas de sinais ao redor
do mundo.
Muitos linguistas se dedicaram a estudar
diferentes línguas gestuais, concluindo que estas apresentavam diferenças
consideráveis entre si. Deve-se levar em conta que diferenças culturais são
determinantes nos modos de representação do mundo. Assim, os surdos sentem as
mesmas dificuldades que os ouvintes quando necessitam comunicar com outros que
utilizam uma língua diferente.[1] , libras.
Além
disso, da mesma forma que acontece nas línguas faladas oralmente, existem
variações linguísticas dentro da própria língua de sinais, isto é, regionalismos
e/ou sotaques. Essas variações se devem a ligeiras
diferenças culturais e influências diversas no sistema de ensino do país, por exemplo. Há,
inclusive, uma língua de sinais pretensamente universal, análoga ao Esperanto, conhecida como Gestuno, que é usada em convenções e
competições internacionais.
Não
se sabe quando as línguas de sinais se iniciaram, mas sua origem remonta
possivelmente à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo
desenvolvidas as línguas orais. Uma pista interessante para esta possibilidade
das línguas de sinais terem se desenvolvido primeiro que as línguas orais é o
fato que o bebê humano desenvolve a coordenação motora dos membros antes de se
tornar capaz de coordenar o aparelho fonoarticulatório. As línguas de sinais são
criações espontâneas do ser humano e se aprimoram exatamente da mesma forma que
as línguas orais. Nenhuma língua é superior ou inferior a outra, cada língua se
desenvolve e expande na medida da necessidade de seus usuários.
Também
é comum aos ouvintes pressupor que as línguas de sinais sejam versões
sinalizadas das línguas orais; por exemplo, muitos acreditam que a LIBRAS é a versão sinalizada do
português; que a Língua Americana de Sinais é a versão
sinalizada do inglês; que a Língua
Japonesa de Sinais é a versão sinalizada do japonês; e assim por diante. No entanto,
embora haja semelhanças ou aspectos comum (sic) entre as línguas de sinais,
devido a um certo contágio linguístico, as línguas de sinais são autónomas, não
derivando das orais e possuindo peculiaridades que as distinguem umas das
outras e das línguas orais.
A
língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto as línguas orais, dispondo
de recursos expressivos suficientes para permitir aos seus usuários
expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do
conhecimento e esfera de atividade. Mais importante, ainda: é uma língua
adaptada à capacidade de expressão dos surdos.
A
difusão do alfabeto dactilológico de uma só mão entre os
ouvintes gerou a pressuposição de que esse alfabeto é a própria língua
de sinais, que há uma única língua de sinais e que essa língua é universal.
No entanto, o alfabeto dactilológico é apenas um suplemento das línguas
de sinais, cuja função é a soletração de palavras das línguas orais, tais como, nomes próprios,
siglas, empréstimos, etc.
É
muito aconselhável soletrar devagar, formando as palavras com nitidez. Entre as
palavras soletradas, é melhor fazer uma pausa curta ou mover a mão direita para
o lado esquerdo, como se estivesse empurrando a palavra já soletrada para o
lado. Normalmente o alfabeto manual é utilizado para soletrar
os nomes de pessoas, de lugares,
de rótulos, etc., e para os vocábulos não existentes na língua de
sinais.
Línguas de sinais e línguas orais
Ao
falarmos em língua de sinais estamos a referir-nos a língua materna/natural de
uma comunidade de surdos, isto é, uma língua de produção manuo-motora e de
recepção visual, com vocabulário e gramática próprios, não dependente da língua
oral, usada pela comunidade surda e alguns ouvintes, tais como parentes de
surdos, intérpretes, professores e outros.
Aspectos comuns
Arbitrariedade: As línguas orais são
maioritariamente arbitrárias, não se depreende a palavra simplesmente pelo sua
representatividade, mas é necessário conhecer o seu significado. A iconicidade
encontra-se presente nas línguas de sinais, mais do que nas orais, mas a sua
arbitrariedade continua a ser dominante. Embora, nas línguas de sinais, alguns
gestos sejam totalmente icónicos, é impossível, como nas línguas orais,
depreender o significado da grande maioria dos sinais, apenas pela sua
representação.
·
Comunidade: As línguas orais têm
uma comunidade que as adquirem, como língua materna, cujo desenvolvimento se
faz através de uma comunidade de origem, passando pela família, a escola e as
associações. Todas as línguas orais têm variações linguísticas. Todas as
línguas gestuais possuem estas mesmas características.
·
Sistema linguístico: As línguas orais são
sistemas regidos por regras. O mesmo acontece com as línguas de sinais,
conforme referenciado por Stokoe (1960).
·
Produtividade: As línguas orais
possuem a características da produtividade e da recursividade, sendo possível
aos seus falantes nativos produzirem e compreenderem um número infinito de
enunciados, mesmo que estes nunca tenham sido produzidos antes. Acontece o
mesmo com as línguas de sinais, sendo encontradas a criatividade e
produtividade nas produções, por exemplo, da LGP, pelos seus gestuantes
nativos, parecendo não haver limite criativo.
·
Aspectos contrastivos: As línguas orais
possuem aspectos contrastivos, isto é, as unidades fonológicas do sistema de
determinada língua estabelecem-se por oposições contrastivas, ou seja, em pares
de palavras, em que a substituição de uma unidade fonológica (um fonema) por
outra altera o significado da palavra (por exemplo: parra e barra). Acontece o
mesmo nas línguas de sinais, sendo que em vez de unidade fonológica, muda um
pequeno aspecto do gesto (por exemplo, na LGP:
método e liberdade).
·
Evolução e renovação: As línguas orais
modificam-se, como no caso das palavras que caem em desuso, outras que são
adquiridas, a fim de aumentar o vocabulário e ainda no caso da mudança de
significado das palavras. O mesmo acontece nas línguas de sinais, a fim de
responder às necessidades que a evolução socio-cultural impõe (por exemplo, na
LGP, os seis gestos de "comboio", ou os gestos de "filme").
·
Aquisição:A aquisição de qualquer
língua oral é natural, desde que haja um ambiente propício desde nascença. Na
língua gestual acontece de igual forma, não tendo o indivíduo surdo que exercer
esforço para aprender uma língua de sinais, ou necessidade de qualquer
preparação especial.
·
Funções da linguagem: As línguas orais podem
ser analisadas de acordo com as suas funções. O
mesmo acontece com as línguas de sinais. As funções são: a função referencial,a
emotiva, a conotativa, a fática, a metalinguística, e a poética.
·
Processamento: Embora usando
modalidades de produção e percepção, as línguas orais e de sinais são
processadas na mesma área cerebral.
Características próprias das línguas de sinais[editar
Kyle
e Woll apontam algumas propriedades exclusivas das línguas de sinais, tais como
o uso de gestos simultâneos, o uso do espaço e a organização e ordem que daí
resultam. Assim, as línguas de sinais possuem uma modalidade de produção motora
(mãos, face e corpo) e uma modalidade de percepção visual.
Embora
existam aspectos universais, pelos quais se regem todas as línguas de sinais, a
comunicação gestual dos Surdos não é universal. As línguas de sinais, assim
como as orais, pertencem às comunidades onde são usadas, tendo apresentando
diferenças consideráveis entre as determinadas línguas.
As
línguas de sinais não seguem a ordem e estrutura frásicas das línguas orais,
assim o importante não é colocar um sinal atrás do outro, como se faz nas
línguas orais (uma palavra após a outra). O importante em sinais é representar
a informação, reconstruir o conteúdo visual da informação, pois os surdos lidam
com memória visual. As línguas de sinais possuem sua gramática própria, assim
como as línguas orais possuem as suas, sendo elas totalmente independentes.
1. Ir para cima↑ Para uma Gramática de Língua Gestual
Portuguesa, pág. 54.
·
CulturaSurda.net - Site com centenas de
produções culturais em línguas de sinais de todo o mundo.
·
Dicionário
Libras - Traz as imagens reais, na forma de pequenos
"filmes", o que facilita um aprendizado mais eficiente.
·
ProDeaf Web - Tradutor automático de
português para Libras